Entre os principais benefícios do controle biológico nas lavouras, está o controle das pragas com a redução do uso de inseticidas químicos, possibilitando eficiência de controle e manejo de resistência aos ingredientes ativos utilizados costumeiramente. O assunto foi discutido nesta semana durante o I Workshop sobre controle biológico de pragas que impactam a agropecuária no Estado. O objetivo foi levantar as principais demandas fitossanitárias dos sistemas de produção agropecuários de MS, para subsidiar um plano estadual de controle biológico de pragas.
Para mostrar os benefícios desta ferramenta, foram apresentados alguns estudos que comprovam a eficácia do controle biológico. “Conduzimos duas safras de estudo, onde foram avaliados 20 hectares em cada ano. A premissa inicial foi usar todas as tecnologias possíveis para reduzir ao máximo o uso de defensivos, porque todos esses compostos químicos influenciam os inimigos naturais”, explica o pesquisador de fitossanidade da Fundação MS, José Fernando Grigolli, um dos palestrantes do evento.
O controle biológico consiste na regulação da população de plantas e animais por meio de seus inimigos naturais, ou seja, são insetos, fungos, vírus, bactérias, nematoides, entre outros, que realizam o controle das populações de pragas, mantendo-as abaixo do nível de dano, de forma natural, sem prejuízos ao meio ambiente.
Na safra 2013/2014, onde foram implantados os primeiros ensaios com controle biológico, em Maracaju, foi observado redução de 67% no uso de inseticidas para lagartas e 50% para percevejos. Já na safra 2014/2015, na mesma área, outro resultado interessante: 80% menos de defensivos para lagartas e 33% menos para percevejos. No entanto, o pesquisador alerta que o controle biológico é uma ferramenta utilizada dentro do sistema como forma de auxiliar o produtor, mas que não resolve o problema por si só. “É extremamente importante estabelecer o Manejo Integrado de Pragas”, lembra.
De acordo com o presidente da Fundação MS, Luis Alberto Moraes Novaes, o uso do controle biológico é uma esperança não apenas para reduzir os custos de produção, mas também visando mais sustentabilidade no campo. “A severidade no ataque de pragas em nossas lavouras tem elevado a necessidade de aumentos de dosagens e uso de produtos químicos, e uma maneira de fazer um contraponto a isso é desenvolver trabalhos científicos, em parceria com diversas instituições de pesquisas, para buscarmos resultados que beneficiem toda a comunidade rural”, destaca.
Outras cadeias produtivas de Mato Grosso do Sul, como cana-de-açúcar, eucalipto, pecuária, entre outros, também foram alvos de discussão. A demanda por auxílio tecnológico para reduzir o efeito de pragas e doenças na agropecuária tem sido crescente no Estado. Desta forma, o evento trouxe pesquisadores de todo o País para apresentar informações sobre diversas técnicas de controle biológico.
O Workshop foi realizado pela Fundação MS, Senar/MS, Embrapa Gado de Corte e Universidade Católica Dom Bosco, e contou com participação de pesquisadores, técnicos, produtores e acadêmicos de programas de graduação e de pós-graduação nas áreas de Ciências Agrárias, Ambientais, Biotecnológicas, Biológicas e afins. A ação contou, ainda, com apoio do Sistema Famasul e Fundect – Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência, e Tecnologia de Mato Grosso do Sul.
![](https://www.fundacaoms.org.br/media/images/788/788/newimagecloned-788.jpg)